Por Giovane Carvalho Rezende

A cobertura do jornal “O Globo” da quarta semana da corrida eleitoral seguiu a tônica das semanas anteriores. Importantes acontecimentos modificaram os rumos das eleições a partir desses dias, como o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da Lei da Ficha Limpa, importantes declarações do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os desdobramentos do caso Erenice Guerra. O direcionamento político do jornal carioca é claro e as principais matérias tem relação aos escândalos e as declarações polêmicas do atual Presidente.

Na parte de opinião do jornal é visível o forte ataque ao governo e a tentativa de defender os jornalistas de uma censura que estaria sendo feita. Isso foi explorado pelo periódico durante toda a semana e diretamente relacionado ao caso de corrupção nos Correios.  Exploraram-se muito as falhas de Dilma Roussef e as qualidades dos outros candidatos. José Serra seguiu intocável, mesmo quando o metrô de São Paulo sofreu com atrasos. Foram feitas críticas à postura do Serra quanto às promessas de aumento e décimo terceiro do salário mínimo, porém foram superficiais. O governo Lula foi atacado até quando o jornal se referiu à decisão do STF, responsabilizando o Presidente, que não indicou um ministro para a vaga do aposentado Eros Graus o que acabou culminando em um empate, já que são 11 ministros e hoje estão lá apenas 10.

Em todos os exemplares apareciam notícias, charges, artigos e colunas contrárias às politicas do governo e vinculando essas ideias à campanha de Dilma. O posicionamento do jornal “O Globo” não é disfarçado em momento algum. Essa exploração em excesso das falhas de um único candidato ajudou a contribuir para a queda das pesquisas eleitorais, o que acabou se refletindo nas urnas.

Como órgão formador de opinião, deveria ter sido notado por parte do jornal uma maior responsabilidade em relação a sua postura política. Um grande peso de críticas sobre apenas um candidato acaba não contribuindo para uma ideal conscientização popular. Isso contribui para um voto irresponsável e despreparado, pois é sabido que o cidadão faz uso dos veículos de imprensa como forma de se municiar para as eleições. Jornalismo é acima de tudo responsabilidade e não interesses expressos de empresários. No final, quem paga a conta é o povo.