Darlene Braga
Em um país com mais de cento e noventa milhões de habitantes há uma relação estreita no que diz respeito aos temas sérios discutidos diariamente na sociedade e a opinião disseminada pela mídia. Ultimamente a televisão e todos esses outros artifícios de comunicação em massa vêm sendo considerados grandes manipuladores da opinião pública.

Um grande exemplo dessa suposta manipulação é a TV Globo que lidera a audiência no país e já recebeu várias críticas quanto a postura assumida no período de Ditadura Militar, além disso as interferências políticas não se pautam só a isso. Em uma matéria do Jornal do Brasil foi feita a seguinte afirmação “A TV Globo é o maior partido político do Brasil e deveria pedir seu registro como PRG – Partido da Rede Globo.” (Jornal do Brasil, 19/06/1989).

E o que dizer da eleição presidencial de 1989, na qual o Presidente Fernando Collor de Melo foi eleito? A imagem do candidato passada pela rede, repercutiu em votos para o então presidente. Nessa eleição de 2010 embora tenha havido uma tendência para a candidatura de José Serra, através de fatores semióticos que puderam ser analisados durante a disputa eleitoral, como jogos de câmera, diagramação do jornal impresso e notícias divulgadas com mais ou menos ênfase, o mesmo êxito não foi obtido.

Com o tempo, a população brasileira passou a acreditar que “o que é dito na TV Globo é verdade”, como se todos os critérios de imparcialidade e veracidade se encontrassem em um mesmo veículo. E ora, como bem sabemos isso é impossível! Mas de um modo geral, cabe uma discussão bem pertinente a respeito do tema.

Que a mídia exerce grande influência na mente do público é fato, mas deve-se considerar também que a grande massa deixa-se influenciar. Ora, se parte do povo o pontapé inicial a partir do qual a comunicação de massa reforça suas bases e se constitui de forma a manipular os fatos dentro dos próprios interesses. O problema é que o povo continua estático, criando “zonas de silêncio”.